21 de novembro de 2008

Músico moçambicano Wazimbo comemora 60 anos de vida

Wazimbo comemora 60 anos de vida O músico moçambicano Wazimbo vai realizar no dia 26 deste mês um grandioso espectáculo musical a ter lugar no Centro Cultural Franco-Moçambicnao, em Maputo. Este espectáculo tem em vista a celebração dos 60 anos de vida do músico, assinalados no dia 11 de Novembro corrente, sendo que mais de metade foram passados na música. Nessa noite de estrelas, Wazimbo actuará na companhia da banda musical RM, a que é um dos integrantes. Irão desfilar ainda algumas figuras ilustres convidadas a passearem a sua classe. Trata-se de nomes que ao longo dos seus 40 anos de carreira, fizeram-no companhia, como são os casos de Hortêncio Langa, Chico António, e o jovem Digital MC (este último da nova geração convidado pelo facto de, num passado recente em dueto, terem gravado um interessante tema). Na mesma noite actuará ainda um trio de sopros liderado pelo professor e saxofonista Orlando da Conceição, as belas vozes da dupla de coristas constituída por Sizaquel e Filó, a prestação do percussionista Jorge César, entre outros que constituem a nata fina que cantará em homenagem a este grande homem. Humberto Carlos Benfica, carinhosamente chamado pelos inúmeros fãs por Wazimbo, nasceu no famoso e populoso bairro da Mafalala, em Maputo, tendo seguido viagem aos oito anos para o distrito de Chibuto, em Gaza. Foi lá onde a história musical iniciou. Conheceu Hortêncio Langa, companheiro de longa data, José Mucavel e Miguel Matsinhe. Decidiram na década 50 formar uma banda tendo na altura a baptizado por "Os Rebeldes do Ritmo", nome que foi mudado passado algum tempo para dar lugar aos "Silver Stars". Na década 60 novamente trocaram de nome e passaram a ser chamados por "Geysers". Nessa altura integrou um novo membro: o guitarrista Pedro Nhantumbo. Dada a sua perícia na altura, "Geysers", conquistou o quarto lugar na única Olimpíada Musical realizada na então Lourenço Marques, no antigo Cinema Nacional (hoje Centro Cultural Universitário). Foi lá que as portas se abriram. Infelizmente Wazimbo já não podia contar com os seus companheiros pois cumpriam o Serviço Militar Obrigatório. Os anos se passaram, eis que pela primeira vez em 1972 chegou-lhe um aliciante convite: viagem à Angola por dois anos para várias actuações naquele país irmão. Lá se foi. A experiência não foi para menos. Conheceu e trabalhou com "Dinossauros" da canção angolana. Em 1974 regressou definitivamente a então Lourenço Marques. Com a actividade intensa promovida pela Associação Africana, Wazimbo, rapidamente integrou-se. Foi e ainda é o homem de fama e sucesso. Nos finais da década 70, na companhia dos músicos Sox, Zeca Tcheco, Alexandre e Milagre Langa, entre outros, fundaram a prestigiada banda musical RM, esta que muito sucesso fez durante largos anos. Na década 80, educadamente, decidiu desintegrar-se do grupo RM para juntar-se à Orquestra Marrabenta Star de Moçambique, com quem gravou, na companhia dos seus colegas, entre os quais Mingas e Dulce, com as suas preciosas vozes, os discos "Independence e Marrabenta" ambos editados sob a chancela da editora alemã Piranha Music. Nos seus registos, de entre tantas canções, predominou na década 90 o tema "A wapfana va Wetela", música muito badalada pelo facto de ter sido tocada com frequência em quase todos os bares e casas de pasto. Anos depois chegou uma fase que decidiu seguir carreira a solo. E em 1998 lançou o seu disco de estreia "Makweru", sob a chancela da editora nacional Conga. Este álbum, constituiu um brinde aos seus fãs. De natureza fácil, voz forte e atraente, atencioso, carinhoso, sensual, cauteloso e prestativo, Wazimbo, é considerado como músico que detém "a voz de todos os tempos".