25 de maio de 2009

Maputo: Jardim Nangade, mais conhecido por Jardim D. Berta, foco de poluição

Jardim Nangade foco de poluição Os moradores dos prédios adjacentes ao Jardim Nangade, mais conhecido por Jardim D. Berta em Maputo, reclamam poluição sonora tendo como origem espectáculos musicais promovidos por um restaurante localizado naquele recinto de lazer. Este jardim, que se localiza na esquina da avenidas Vladimir Lénine com Maguiguane está rodeado por vários prédios, onde residem centenas de famílias. O som alto da aparelhagem tem estado a incomodar a quem precisa de repousar, depois de um dia de trabalho, muitas vezes passado no meio de muito stress. Segundo alguns moradores contactados pela nossa Reportagem, os referidos espectáculos são levados a cabo a partir de quinta-feira e só terminam na madrugada de domingo. Este situação é descrita pelos moradores de “um inferno total”, pois, no seu entender, não tem sossego nos seus lares. “Quando chegamos a casa, ao fim da tarde, depois de mais uma jornada laboral e julgamos que vamos poder ter um merecido tempo de sossego e de silêncio, nos nossos próprios lares, aquele maldito festival já começou...e pior ainda é que nunca se sabe a que horas vai terminar”, disse uma das moradoras. João Munguambe, director de Actividades Económicas do Município de Maputo, contactado pelo “Noticias”, confirmou ontem a nossa Reportagem a denúncia desse facto. “Confirmo esta denuncia dos moradores do prédio junto do jardim Nangade, mais conhecido por D.Berta. Sei que deu entrada no município um abaixo-assinado dos moradores que se sentem perturbados com a poluição sonora naquele espaço. O assunto foi encaminhado e está’a a ser tratado com a maior atenção. Há esta preocupação por parte do município em tentar resolver este conflito de interesses”. Por seu turno Rúben Valter do restaurante apontado pelos moradores como fomentador da alegada poluição sonora, confirmou ontem ao nosso jornal que a gerência sabe do abaixo-assinado entregue às autoridades municipais. Recentemente, este restaurante recebeu um membro do Conselho municipal, cuja tónica do encontro girou em volta desse assunto que preocupa estes moradores. E foi em respeito a estas reclamações que, neste momento nós baixamos o som e paramos de tocar às quintas-feiras”. Uma moradora que não quis se identificar, com medo de retaliação dos promotores desse ambiente sonoro, desabafa: “se há um silêncio às 22.00 horas, julgamos que acabou. Daí a pouco recomeça. Se o silêncio aparece às 23.00 horas, julgamos que terminou. Daí a pouco recomeça. É uma tensão nervosa permanente. À meia-noite recomeça. À 1.00 hora recomeça, à 1.30 hora recomeça, às 2.15 horas recomeça, às 3.40 horas recomeça. E quando a pessoa é vencida por um sono extenuante e reacorda, esgotada, às 5.30 horas, este inferno, às vezes, ainda continua!!! E para agravar ainda mais a situação, à medida que as horas vão passando, o volume do som vai subindo. Quem pode aguentar isto? Quem pode sobreviver nestas condições?” Recordar que em tempos o Jardim Nangade estava degradado e sem nenhuma iluminação se durante a noite. albergava vagabundos e era também um esconderijo de malfeitores onde não raras vezes se ouviam, na calada da noite gritos, de socorro de pessoas, vitimas de assaltos. Mais tarde, e em boa hora, as autoridades municipais, em coordenação como o sector privado foi levado a cabo uma reabilitação que trouxe uma nova imagem, facto que foi aplaudido pelos citadinos que já podem desfrutar do lazer daquele jardim baptizado por Nangade, nome histórico da Luta de Libertação Nacional . Hoje, este jardim está iluminado e o flagelo da criminalidade desapareceu. Porém, de há uns tempos para cá instalaram-se novas formas de perturbação publica, através de musica alta. Os moradores não têm estado a desfrutar do merecido repouso devido a este fenómeno. Sabe-se no entanto que parte dos moradores destes prédios fizeram um abaixo-assinado as autoridades competentes, onde mostravam a preocupação e indignação por aquilo que consideram uma violação aos seus direitos. Todos são unânimes em apelar para o fim urgente desta situação. Maputo, Segunda-Feira, 25 de Maio de 2009:: Notícias