5 de junho de 2009

Recife de coral: ver mas não mexer! (Teresa Cotrim)






Recife de coral: ver mas não mexer! Mergulhar num recife de coral é o sonho de qualquer ser humano que seja apaixonado pelo fundo do mar. As suas fantásticas cores e a vasta fauna que os circundam são autênticos iscos para os mergulhadores. Moçambique possui um património invejável nesta matéria uma vez que estes só crescem em águas pouco profundas, relativamente quentes (mais de 20ºC) e transparentes. Ou seja, uma descrição que assenta que nem uma luva ao mar moçambicano. Calcula-se que os recifes de coral ocupem uma área de 1.290 Km2, o equivalente a 320 campos de futebol compara o site do Fórum Natureza em Perigo (FNP). Porém, Moçambique e quase todo o mundo se debate com uma luta de formação e informação para que estes se mantenham vivos. Há diversas causas para a sua destruição. As naturais caso de vendavais, tempestades, aumento da temperatura da água e predadores naturais como os peixes papagaio ou borboleta, estrelas ou ouriços-do-mar. Mas o homem pode ser o maior predador. Se ao nadar no recife destruir o coral, se retirar coral para o vender aos turistas ou simplesmente sujar o oceano com lixo, esgotos, combustível dos barcos. Ancorar barcos, utilizar dinamite, veneno para pescar, ou se fizer sobrepesca de algumas espécies criando desequilíbrios. Assim, o Fórum Natureza em Perigo (www.fnp.org.mz) ensina como se pode proteger este precioso património. Em Moçambique não é permitida a colecta, venda e exportação de corais, assim como os métodos de pesca são controlados. Aliás, há zonas que são patrulhadas para que os infractores sejam punidos. Há áreas onde não se pode mesmo pescar, apesar de esta ser uma situação muito difícil de gerir, pois uma população sem recursos que se alimenta essencialmente da pesca também precisa do peixe para sobreviver. É um tema melindroso que requer muita atenção por parte do Executivo. A autoridade que vela pelos corais em Moçambique é o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Mas como refere o site FNP quem melhor pode defender os corais são os locais e os visitantes que têm a sorte de ainda conseguirem ver esta maravilha da natureza. Por isso, se for um desses abençoados. Veja. Grave na sua memória mas deixe os outros terem o mesmo prazer. Nunca toque num coral quando mergulha. Nunca! Cuidado com as barbatanas e resista à tentação de trazer uma recordação. Ah e se tiver filhos controle-os. Proíba-os expressamente de tocarem nos corais. Explique-lhes que o planeta será deles no futuro. Ensine-os a preservá-lo desde tenra idade. Teresa Cotrim SAPO MZ, 5 de Junho de 2009